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Escola com método ABA

05/05/2009

Escola para autistas com Método ABA

 
A primeira escola para crianças autistas do país abri a 29 de Setembro 2008, no Colégio Campo de Flores, na margem Sul do Tejo. Será uma filial da Escola ABC Real dos Estados Unidos, situada em Sacramento, Califórnia.
O método chama-se Applied Behavior Analysis (ABA), Análise Comportamental Aplicada em português, e tem provas dadas no acompanhamento a crianças autistas.De acordo com o responsável, trata-se de "um método que se socorre de muitas ferramentas que são conhecidas em Portugal, mas que não são muito utilizadas".Dois técnicos superiores norte-americanos acompanharão o arranque da estrutura portuguesa e a supervisão estará a cargo de especialistas da escola dos Estados Unidos.

Fonte: http://www.educare.pt/


 

Professor de educação física estimula crianças autistas a praticarem ginástica artística

Movimentos estimulam as atividades motoras e sociais

Do R7

 

 

As aulas de educação ajudam crianças autistas a se socializarem. O professor Rodrigo Brivio se tornou uma referência no tratamento a jovens autistas no Rio de Janeiro. Com a educação física, praticada na ginástica artística ele estimula atividades motoras e sociais.

O educador físico e terapeuta de cerca de 80 crianças com a síndrome, começou a dar aulas especiais para os autistas há seis anos. A educação física ajuda a controlar a ansiedade da criança, respeitar ordens, além de da coordenação motora e o equilíbrio. 

Esta forma de aprendizado faz com que além das crianças se desenvolvam elas possam ser incluídas no mundo social, incentivando os alunos a serem participativos. 

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O QUE É O AUTISMO...



Autismo Infantil

Mão de pai a segurar mão de bebêO autismo infantil é um distúrbio neurofisiológico, de causa ainda desconhecida, que afecta o funcionamento do cérebro em três áreas diferentes: a capacidade de comunicar, a capacidade de sociabilizar e a limitação de interesses.

Trata-se de uma alteração global do desenvolvimento infantil que se mantém para toda a vida.

O autismo tem vários graus de gravidade, que vão desde o autismo clássico ou Kanner (o mais grave) até à síndrome de Asperger (menos grave). Não é possível diagnosticar o autismo nas primeiras semanas de vida nem é possível o diagnóstico prénatal.

O autismo é uma doença que tem maior incidência no sexo masculino do que no feminino. Os primeiros sinais podem surgir entre os 4 e os 8 meses de idade, notando-se um atraso na fala e na mobilidade da criança. É possível ainda que, em crianças que até então apresentavam um desenvolvimento normal, se manifeste posteriormente esta doebebê autistança, classificada como autismo secundário.

Um bebê autista normalmente não demonstra muito interesse pelo contato com as outras pessoas, não sorri, não olha para os pais, pode ter problemas com a alimentação ou com o sono, não se interessa pelo meio que o rodeia.

O autismo é uma doença de desenvolvimento gradual: Quando o bebê começa a gatinhar, pode fazer movimentos repetitivos de um modo exagerado, como bater palmas, rodar a cabeça de um lado para outro ou balançar-se. Ao brincar, não interage com os outros, não respondendo a brincadeiras que lhe são feitas. Por volta de um ano de idade poderá demonstrar um interesse obsessivo por determinado objeto. É geralmente a partir dos dois anos de idade que se detectam problemas na comunicação verbal e não verbal. A partir desta idade a criança autista tem tendência a isolar-se, inverter os componentes das frases e repetir frequentemente palavras ou frases. A criança autista passa a viver num mundo à parte, criado por ela própria, incapaz de se ligar às pessoas e ao meio que a rodeia.

criança autistaAs crianças autistas são, regra geral, crianças fisicamente saudáveis e de aparência normal, que se apresentam inaptas para se relacionar e comunicar com os outros.

A maioria destas crianças serão adultos sem capacidade para gerir, de uma forma autónoma, a sua vida e os seus bens, pelo que precisam de ajuda de terceiros para toda a vida.

É preciso ter em atenção que cada criança autista é um caso único e, como tal, devem ser criadas condições que permitam desenvolver as capacidades máximas de cada uma.

terapiaExistem várias terapias que ajudam a criança autista a desenvolver todo o seu potencial, não havendo evidências de que uma terapia seja melhor do que a outra. É sim essencial que as medidas adoptadas sejam adaptadas a cada criança e que o programa de tratamento seja feito de acordo com o seu perfil.

 

Autismo Infantil: Características, Possíveis tratamentos    

Introdução.

O interesse pelo Autismo Infantil tem sido crescente no Brasil, e uma prova cabal disto é o grande número de congressos, encontros e grupos de estudos que tem se dedicado a este assunto.
Apesar de todas as dúvidas que cercam esta síndrome, cabe neste momento abordarmos conhecimentos fundamentais sobre fatores etiológicos, defeitos neuroquímicos, influências genéticas, tratamento farmacológico, aspectos familiares, etc..

O Autismo é uma condição neuropsicológica conhecida, ao menos sob esta denominação, desde a década de 40, quando foi descrita, de forma magistral por Kanner. Este autor identificou, entre crianças "deficientes", algumas que se diferenciavam das demais por um comportamento peculiar, caracterizado, entre outros sinais e sintomas, por dificuldade extrema em estabelecer relações interpessoais.
O passar dos anos e novos trabalhos mostraram a excepcional habilidade clínica de Kanner, cujas descrições do Autismo Infantil são válidas e insuperáveis.

 

ORIGEM

Em 1943, Leo Kanner descreveu, sob o nome de "Distúrbios Autísticos do Contacto Afetivo", um quadro em que ele caracterizou por "autismo extremo, obsessividade, esteriotipias e ecolalia", relacionando-o com fenômenos da linha esquizofrênica.
Influenciado pela Psicanálise e pela Psicologia Associassionista, Bleuler (1985) dá ao termo autismo o conceito de afastamento da realidade com predominância de vida interior.
Entretanto, Minkowsky (apud Parnas e Bovet, 1991) não considera que a predominância da vida interior seja componente necessário no autismo, introduzindo o conceito de autismo pobre.
A questão do autismo continuou a ser estudada por Kanner no decorrer de sua vida. Em 1949, passou a referir-se ao quadro com o nome de "Autismo Infantil Precoce", descrevendo-o a partir de uma dificuldade profunda no contato com as pessoas, um desejo obsessivo de preservar as coisas e as situações, uma ligação especial aos objetos, a presença de uma fisionomia inteligente e alterações de linguagem que se estendiam do mutismo a uma linguagem sem função comunicacional, refletindo as dificuldades no contato e na comunicação interpessoal. Assim, linguagem revelava inversão pronominal, neologismos e metáforas. A "síndrome", conforme é, então, citada por Kanner, é aceita como um padrão psicopatológico com uma possibilidade diagnóstica inequívoca.
Revisando seu próprio conceito de Autismo Infantil, Kanner (1968), continua referindo as falhas em que se produzem evidências neurológicas, metabólicas ou cromossômicas no Autismo Infantil. Ao mesmo tempo, frisa, a importância do diagnóstico diferencial com deficientes mentais e afásicos.
Em seu fallow-up dos primeiros casos descritos, Kanner (1973) observa as diferenças na evolução dos casos observados trinta anos antes, questionando-se sobre o porquê das diferenças observadas nessa evolução e propondo que explorações bioquímicas poderiam abrir novas perspectivas no estudo do Autismo Infantil.
Em 1976, surge o famoso livro de Ritvo sobre o autismo e, nele, podemos observar uma mudança radical. Fala-se em um problema de desenvolvimento frisando que muitos estudos já referiam as crianças autistas como possuidoras de déficits cognitivos.
Quando citamos Ritvo (1976), o diagnóstico diferencial por ele proposto já refere doenças específicas que podem ocorrer em associação com o autismo, ressaltando que a síndrome autística seria decorrente de uma patologia de Sistema Nervoso Central específica.

 

O autismo é mais comum nos homens do que nas mulheres.
As pessoas com autismo não têm deficiência física. Não necessitam de cadeiras de rodas e a maioria parece igual a qualquer outra pessoa que não tenha autismo. Por isto, pode ser mais difícil para as outras pessoas compreenderem como é ter autismo.

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.

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Quais as causas do autismo

Ninguém sabe ao certo qual é a causa, mas existem estudos que apontam possíveis ligações genéticas. Também pode ser associado com a forma como o cérebro se desenvolveu antes, durante ou pouco após o nascimento.
Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos; seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação.

Um diagnóstico preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo.

 

Autismo na infância    

Autismo infantil. É um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo.  Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

Características.

Dificuldade de relacionamento com outras crianças

Riso inapropriado

Pouco ou nenhum contato visual

Aparente insensibilidade à dor

Preferência pela solidão; modos arredios

Rotação de objetos

Inapropriada fixação em objetos

Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade

Ausência de resposta aos métodos normais de ensino

Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina

Fixa objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determina maneira os alisares

Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)

Recusa carinhos e às vezes colo

Reage como se estivesse surdo

Dificuldade em expressar necessidades

Aponta e gesticula ao invés de falar

Acessos de raiva - demonstram extrema aflição sem razão aparente

Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos


TRATAMENTO: ASPECTOS GERAIS


Atualmente, se aceita que o AI tenha sempre uma base biológica, tendo perdido importância as teorias que defendem uma gênese exclusivamente psicogênica e/ou psicodinâmica. Sabemos que os sintomas do AI podem variar bastante quanto à severidade: porém, mesmo naqueles casos comprometidos, não conseguiremos a "cura", mas sim, quando muito, a minimização do quadro clínico. Não podemos permitir que pais sejam enganados com a possibilidade de cura, sabemos que os casos "curados" descritos se referem a melhoras substanciais assinaladas ou então, a quadros mal diagnosticados. Isto não significa que estes indivíduos não devam receber o melhor tratamento disponível, mas é preciso deixar claro que se pretende é fazer com que autista possa Ter seu desempenho levado aos limites de suas potencialidades.
Uma vez feito o diagnóstico de AI, teremos que  identificar eventuais prejuízos associados, pois sua identificação será imprescindível para que o plano de tratamento seja abrangente e complexo. Os defeitos associados nestas crianças impõem limitações adicionais aos pacientes. Entre os defeitos associados nestas crianças impõem limitações adicionais aos pacientes. Entre os defeitos associados mais freqüentes, poderíamos citar o retardo mental, crises convulsivas, prejuízos da atenção-concentração com hiperatividade e desordens psiquiátricas.
Estima-se que 60-70% das crianças com AI tenham retardo mental variando entre leve e severo; 20-35% apresentam inteligência limítrofe normal (QI entre 700-100) e menos de 5% tem QI superior a 100. Mesmo os assim chamadas autistas de bom rendimento apresentam prejuízos importantes na linguagem/comunicação e comportamento e comportamento.
Em crianças mais novas, uma associação bastante casual entre AI e epilepsia refere-se à síndrome dos espasmos infantis com hipsarritmia. Nestes casos com epelepsia, o seu tratamento deverá ser feito da mesma forma que em indivíduos epiléticos não autistas.
Distúrbios do comportamento fazem parte integrante do quadro do AI. Comportamentos repetitivos e estereotipados são comuns e interferem com as atividades de vida diária destes indivíduos.
Após Ter sido realizada cuidadosa avaliação da criança, tem-se a possibilidade de planejar o tratamento que a ela será oferecida. O tratamento do AI deverá visar, como já deixamos claro, tornar o indivíduo o mais independente possível em todas as áreas de atuação.
Algumas crianças poderão beneficiar-se de um tratamento medicamentoso. Contudo, em nenhuma hipótese, esta forma de tratamento será a única e nem mesmo a mais importante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bauman, M. L.; Kemper, T.L. – The brain in infantile autism: a histoanatomic case report Neurology, V. 34, n.1, p.275, 1984

Damásio, A. R.; Maurer, R.G. A neurological model for childhood autism. Arch Neurol, V.35, p.777-786, 1978

Jerusalinsky, A.(1993a) Autismo na Infância: uma questão de linguagem. Psicose – Boletim da Associação Psicanalítica de Porto alegre, 9 (IV), novembro de 1993, pp.62-73

Kanner, L. – Early infantile autism revisited. Psychiat. Digest., V.29, p.17-28, 1968

Smalley, S. L. – Genetic influences in autism. Psychiat. Clin. North Am., V.14, n.1, p.125-139, 1991



UM TIPO DE TRATAMENTO QUE TEM DADO CERTO PARA AUTISTA:

Análise Aplicada do Comportamento

Descrição
ABA
Contéudo
Applied Beravior Analysis - Análise Aplicada do Comportamento

De acordo com o Departamento de Saúde do Estado de Nova Yorque, procedimentos derivados da análise do comportamento são essenciais em qualquer programa desenvolvido para o tratamento de indivíduos diagnosticados com autismo. A academia nacional de ciências dos EUA, por exemplo, concluiu que o maior nº de estudos bem documentados utilizaram-se de métodos comportamentais. Além disso, a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados Unidis, afirma que ABA é o único tratamento que possui evidência científica suficiente para ser considerado eficaz.

O tratamento ABA envolve o ensino intensivo e individualizado das habilidades necessárias para que o indivíduo possa adquirir independência e a melhor qualidade de vida possível. Dentre as habilidades ensinadas incluem-se comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional; comportamentos acadêmicos tais como pré-requisitos para leitura, escrita e matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de comportamentos tais como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais, e fugas também fazem parte do tratamento comportamental, já que tais comportamentos interferem no desenvolvimento e integração do indivíduo diagnosticado com autismo.

Durante o tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são ensinadas em uma situação de um aluno com um professor via a apresentação de uma instrução ou uma dica, com o professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de aprendizagem sem erro). As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A principal característica do tratamento ABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas (reforçadoras). Inicialmente, essas consequências são extrínsicas (ex. uma guloseima, um brinquedo ou uma atividade preferida). Entretanto o objetivo é que, com o tempo, consequências naturais (intrínsecas) produzidas pelo próprio comportamento sejam suficientemente poderosas para manter a criança aprendendo. Durante o ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado de forma precisa para que se possa avaliar seu progresso.

O uso da Análise Comportamental Aplicada voltada para o autismo baseia-se em diversos passos: 1- avaliação inicial, 2- definição de objetivos a serem alcançados, 3- elaboração de programas/procedimentos, 4- ensino intensivo, 5- avaliação do progresso. O tratamento comportamental caracteriza-se, pela experimentação, registro e constante mudança. A lista de objetivos a serem alcançados é definida pelo profissional, juntamente com a família com base nas habilidades iniciais do indivíduo. Assim, o envolvimento dos pais e de todas as pessoas que participam da vida da criança é fundamental durante todo o processo.

Concluindo, ABA consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que o indivíduo diagnosticado com autismo ou transtornos invasivos do desenvolvimento se torne independente. O tratamento baseia-se em anos de pesquisa na área da aprendizagem e é hoje considerado como o mais eficaz.

Caio Miguel,

Ph.D, Psicólogo, doutor em análise do comportamento pela Western Michigan Universit.
 
ABA UMA INTERVENÇÃO COMPOTAMENTAL EFICAZ EM CASOS DE AUTISMO:
 

O autismo é uma condição crônica, caracterizado pela presença de importantes prejuízos em áreas do desenvolvimento, por esta razão o tratamento deve ser contínuo e envolver uma equipe multidisciplinar (Schwartzman, 2003).

A eficácia de um tratamento depende da experiência e do conhecimento dos profissionais sobre o autismo e, principalmente, de sua habilidade de trabalhar em equipe e com a família (Bosa, 2006).

Existem vários tipos de tratamento que podem ser usados para ajudar uma criança com autismo. Independente da linha escolhida, a maioria dos especialistas ressalta que: o tratamento deve começar o mais cedo possível; as terapias devem ser adaptadas às necessidades específicas de cada criança e a eficácia do tratamento deve ser medida com os avanços da criança.

Sabe-se que uma boa intervenção consegue reduzir comportamentos inadequados e minimizar os prejuízos nas áreas do desenvolvimento. Os tratamentos visam tornar os indivíduos mais independentes em todas as suas áreas de atuação, favorecendo uma melhoria na qualidade de vida das pessoas com autismo e suas famílias.

Neste artigo tentarei explicar ao leitor um pouco sobre a metodologia ABA, que é usada como um método de intervenção comportamental no tratamento dos sintomas do autismo.

A análise do comportamento aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis, na sigla em inglês) é uma abordagem da psicologia que é usada para a compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no atendimento a pessoas com desenvolvimento atípico, como os transtornos invasivos do desenvolvimento (TIDs). ABA vem do behaviorismo e observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem (Lear, K., 2004)

As origens experimentais da terapia comportamental trouxeram algumas vantagens importantes ao clínico: ele foi treinado na observação de comportamentos verbais e não verbais, seja em casa, na escola e/ou no próprio consultório, o que é fonte de dados relevantes. Ele estuda o papel que o ambiente desempenha – ambiente este onde é possível interferir e verificar as hipóteses levantadas. Outra habilidade é o entendimento do que é observado como um processo comportamental, com contínuas interações e, portanto, sujeito a mudanças (Windholz, 2002).

As técnicas de modificação comportamental têm se mostrado bastante eficazes no tratamento, principalmente em casos mais graves de autismo. Para o analista do comportamento ser terapeuta significa atuar como educador, uma vez que o tratamento envolve um processo abrangente e estruturado de ensino-aprendizagem ou reaprendizagem (Windholz, 1995).

Um dos princípios básicos da ABA é que um comportamento é qualquer ação que pode ser observada e contada, com uma freqüência e duração, e que este comportamento pode ser explicado pela identificação dos antecedentes e de suas consequências. É a identificação das relações entre os eventos ambientais e as ações do organismo. Para estabelecer estas relações devemos especificar a ocasião em que a resposta ocorre, a própria resposta e as conseqüências reforçadoras (Meyer, S.B., 2003).

Estes comportamentos são motivados, de forma prazerosa. Eles têm uma função: servem para conseguir algo que se deseja.

Sabemos que todos os comportamentos de um modo geral são aprendidos, bem como os comportamentos problemas. Isso não significa que alguém intencionalmente nos ensinou a exibir este tipo de comportamento problema, apenas que aprendemos que eles são eficazes para conseguirmos o que queremos.

O método ABA pode intencionalmente ensinar a criança a exibir comportamentos mais adequados no lugar dos comportamentos problemas.

Comportamentos estão relacionados a eventos ou estímulos que os precedem (antecedentes) e a sua probabilidade de ocorrência futura está relacionada às conseqüências que os seguem.

Todo comportamento é modificado através de suas conseqüências (Moreira e Medeiros, 2007). Tentamos fazer coisas e se elas funcionam faremos novamente; quando nossas ações não funcionam é menos provável que as realizemos novamente no futuro.

Os objetivos da intervenção são:

 1. Trabalhar os déficits, identificando os comportamentos que a criança tem dificuldades ou até inabilidades e que prejudicam sua vida e suas aprendizagens.

2. Diminuir a freqüência e intensidade de comportamentos de birra ou indesejáveis, como, por exemplo: agressividade, estereotipias e outros que dificultam o convívio social e aprendizagem deste indivíduo.

 

3. Promover o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas, adaptativas, cognitivas, acadêmicas etc.

4. Promover comportamentos socialmente desejáveis

 

A intervenção é baseada em uma análise funcional, ou seja, análise da função do comportamento determinante, para eliminar comportamentos socialmente indesejáveis. Este é um ponto central para entendermos qual é o propósito do comportamento problema que a criança está apresentando e, com isso, montarmos a intervenção para modificá-lo. Se o comportamento é influenciado por suas consequências, podemos manipulá-las para entendermos melhor como essa sequência se dá e também modificar os comportamentos das pessoas, programando conseqüências especiais para tal (Moreira e Medeiros, 2007).

O primeiro passo para se resolver um comportamento problema é identificar a sua função. Se não soubermos por que uma criança deve se engajar em um comportamento adequado (qual a função ou propósito), será difícil saber como devemos ensiná-la.

Pais, terapeutas e professores tendem a imaginar ou achar um motivo para o comportamento e isso incorrerá no insucesso da intervenção. A avaliação comportamental é a fase da descoberta, e visa à identificação e o entendimento de alguns aspectos relativos à criança com autismo e seu ambiente. Alguns dos objetivos da avaliação são:

  • Entender o repertório de comunicação da criança: presença ou não de linguagem funcional, contato visual, atendimento de ordens, entre outros;
  • Como ela se relaciona em seu ambiente: brinquedos preferidos, apresenta birras frequentes, como reage às pessoas;
  • Qual a função de seus comportamentos;
  • Em que circunstâncias certos problemas ocorrem ou deixam de ocorrer com maior freqüência ou intensidade?
  • Quais as conseqüências fornecidas a esses comportamentos problema?

 

Com base nestas informações, o segundo passo é traçar pequenos objetivos a curto prazo, visando à ampliação de habilidades e eliminação de comportamentos inadequados, realizando a manipulação dos antecedentes (estratégias de prevenção).

É importante que a modificação de comportamentos desafiadores seja feita gradualmente, sendo a redução da ansiedade e do sofrimento o objetivo principal. Isto é feito pelo estabelecimento de regras claras e consistentes (quando o comportamento não é admitido ou permitido); uma modificação gradativa; identificação de funções subjacentes, tais como ansiedade ou incerteza; modificações ambientais (mudança nas atitudes ou tornar a situação mais previsível) e transformação das obsessões em atividades adaptativas (Bosa, 2006).

 

Modificando os antecedentes podemos prevenir que o comportamento problema aconteça.

Isto é realizado de diferentes maneiras:

 

1. Evitando situações ou pessoas que sirvam como antecedentes para o comportamento problema;

2. Controlando o meio ambiente – no decorrer da vida do indivíduo o ambiente modela, cria um repertório comportamental e o mantém; o ambiente ainda estabelece as ocasiões nas quais o comportamento acontece, já que este não ocorre no vácuo (Windholz, 2002).

3. Dividindo as tarefas em passos menores e mais toleráveis, o que chamamos de aprendizagem sem erro. Toda a intervenção está baseada na aprendizagem sem erros, ou seja, deixamos de lado o histórico de fracassos e ensinamos a criança a aprender.

Esta aprendizagem deve ser prazerosa e divertida para a criança, podendo-se usar reforçadores para manter a criança motivada. Um reforço é uma conseqüência que aumenta a probabilidade de esta resposta acontecer novamente. Quando um comportamento é fortalecido, é mais provável que ele ocorra no futuro.

Além do reforço, usamos a hierarquia de dicas: quando iniciamos o ensino de qualquer comportamento, ajudamos a criança a realizá-lo com a dica necessária, que pode ser verbal (total ou parcial), física, leve, gestual, visual ou auditiva – e planejamos a retirada dessa dica até que a criança seja capaz de realizar o comportamento de maneira independente.

O terceiro passo é a elaboração de programas de ensino. Os programas de ensino são individualizados, geralmente ocorrem em situação de “um para um” e envolvem as diversas áreas do desenvolvimento: acadêmica, linguagem, social, verbal, motora, de brincar, pedagógica e atividades de vida diária.

A metodologia ABA e seus procedimentos são constantes e padronizados, o que possibilita que mais de um professor (pessoa que realiza os programas) trabalhe com a criança.

Este é um programa intensivo e deve ser feito de 20 a 30 horas por semana. É importante ressaltar que este programa não é aversivo e rejeita qualquer tipo de punição.

A participação dos familiares da criança no programa é de grande contribuição para seu sucesso e assegura a generalização e manutenção de todas as habilidades aprendidas pela criança.

FONTE COMO BASE:REVISTA AUTISMO EDIÇÕES00/2010

Sabrina Helena Bandini Ribeiro é psicóloga, trabalha com pessoas com autismo desde 1995, é mestre em Distúrbios do Desenvolvimento, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Assistência Psicoprofilática em Medicina Fetal, pela Universidade Federal de São Paulo, e atende em São Paulo e Atibaia (SP), além de ser professora do curso de graduação em Psicologia da FAAT (Faculdades Atibaia) e fez parte do grupo de pesquisa sobre transtornos invasivos do desenvolvimento e avaliação neuropsicológica do Laboratório de Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Presbiteriana Mackenzie.